Contrato de Honorários Advocatícios em Usucapião Extrajudicial

O processo de usucapião extrajudicial é uma alternativa eficiente e menos burocrática para quem busca regularizar a propriedade de um imóvel por meio da posse prolongada. No entanto, para que esse processo ocorra de forma segura, é fundamental contar com o apoio de um advogado especializado em direito imobiliário. Nesse contexto, o contrato de honorários advocatícios desempenha um papel crucial, pois define as condições da prestação de serviços jurídicos, os valores envolvidos e os direitos e deveres de ambas as partes. Este artigo aborda a importância desse contrato e como ele deve ser estruturado para garantir clareza e segurança jurídica para todos os envolvidos.

O Que é Usucapião Extrajudicial?

Antes de entrar nos detalhes sobre o contrato de honorários, é importante entender o que é o usucapião extrajudicial. A usucapião é um meio legal pelo qual uma pessoa pode adquirir a propriedade de um imóvel que ocupou por um determinado período de tempo, sem a oposição do proprietário original. Tradicionalmente, esse processo era realizado por meio de uma ação judicial, que poderia se estender por muitos anos. No entanto, com a criação do usucapião extrajudicial, é possível regularizar a posse de um imóvel diretamente em cartório, de forma mais rápida e menos onerosa.

O usucapião extrajudicial foi introduzido no Brasil pela Lei nº 13.105/2015, que instituiu o novo Código de Processo Civil. Ele permite que o reconhecimento da posse de imóveis seja feito diretamente em Cartórios de Registro de Imóveis, desde que o possuidor cumpra os requisitos legais, como tempo de posse ininterrupta e sem oposição, além da boa-fé. Contudo, mesmo sendo um procedimento extrajudicial, é necessário que o interessado seja assistido por um advogado, que conduzirá o processo e garantirá que todos os requisitos legais sejam atendidos.

A Importância do Contrato de Honorários

O contrato de honorários advocatícios é o documento que formaliza a relação entre o advogado e o cliente, estabelecendo claramente os serviços a serem prestados, os valores a serem pagos e as condições para o pagamento. No caso de um processo de usucapião extrajudicial, esse contrato assume um papel ainda mais relevante, já que o procedimento envolve várias etapas técnicas e legais que devem ser seguidas rigorosamente para que o usucapião seja reconhecido.

1. Definição dos Serviços Prestados

O primeiro ponto que o contrato de honorários deve estabelecer são os serviços que o advogado prestará durante o processo de usucapião extrajudicial. Isso inclui a análise da posse, a preparação da documentação necessária, a elaboração de petições e requerimentos, a intermediação com o cartório e outras partes envolvidas, e o acompanhamento de todo o processo até o registro do imóvel em nome do possuidor.

É importante que o contrato seja claro sobre quais serviços estão inclusos nos honorários acordados. Se houver a necessidade de outros serviços não previstos inicialmente, como a resolução de eventuais litígios ou negociações com terceiros, esses serviços devem ser acordados à parte ou incluídos como adicionais no contrato.

2. Valores e Formas de Pagamento

Outro aspecto fundamental do contrato de honorários é a definição dos valores que o cliente deverá pagar ao advogado pelos serviços prestados. No caso do usucapião extrajudicial, o valor dos honorários pode variar de acordo com a complexidade do processo, o tempo estimado de duração e a quantidade de documentos que precisam ser reunidos e analisados.

O contrato deve especificar se o pagamento será feito de forma parcelada ou em uma única vez, bem como o momento do pagamento. Alguns advogados preferem receber parte dos honorários no início do processo, como forma de garantir o compromisso do cliente, e o restante ao final, quando o imóvel for registrado em nome do possuidor. Essa divisão deve estar claramente estabelecida no contrato para evitar desentendimentos futuros.

3. Condições de Rescisão

O contrato de honorários também deve prever as condições de rescisão, tanto por parte do cliente quanto por parte do advogado. Isso é importante para garantir que, em caso de desistência do processo ou de rompimento da relação de trabalho, ambas as partes tenham clareza sobre seus direitos e deveres.

Geralmente, o contrato prevê que o cliente poderá rescindir o contrato a qualquer momento, desde que pague pelos serviços já prestados até aquele ponto. Da mesma forma, o advogado pode rescindir o contrato em situações específicas, como o não pagamento dos honorários ou a falta de colaboração do cliente. Essas condições devem estar detalhadas no contrato.

Documentação Necessária para o Usucapião Extrajudicial

Além do contrato de honorários, o processo de usucapião extrajudicial exige uma série de documentos que comprovem a posse do imóvel e o cumprimento dos requisitos legais. O advogado será responsável por auxiliar o cliente na reunião e organização desses documentos. Abaixo, listamos os principais documentos necessários:

  • Comprovantes de posse (contratos de compra e venda, recibos, declarações de vizinhos, etc.)
  • Planta e memorial descritivo do imóvel, assinados por um profissional habilitado
  • Certidões negativas de ônus e débitos fiscais do imóvel
  • Declaração de concordância dos vizinhos (quando aplicável)
  • Certidão de matrícula do imóvel, atualizada

Esses documentos são essenciais para que o cartório de registro de imóveis possa verificar a legalidade do pedido de usucapião e proceder com o registro do imóvel em nome do possuidor. O advogado é fundamental nesse processo, pois é ele quem garante que todos os documentos estejam corretos e em conformidade com a legislação vigente.

Vantagens do Usucapião Extrajudicial

O usucapião extrajudicial oferece diversas vantagens em relação ao processo judicial tradicional. A principal vantagem é a rapidez, já que o processo em cartório tende a ser mais ágil, podendo ser concluído em poucos meses, enquanto o processo judicial pode levar anos. Além disso, o usucapião extrajudicial costuma ser menos oneroso, pois envolve menos taxas e custos processuais.

Outra vantagem é a desburocratização. No processo extrajudicial, o possuidor evita a necessidade de litígios e audiências, bastando reunir a documentação necessária e contar com a anuência dos vizinhos e do antigo proprietário, quando possível. Isso facilita o reconhecimento da posse e a regularização do imóvel de forma mais amigável.

Conclusão

O contrato de honorários advocatícios em processos de usucapião extrajudicial é um instrumento fundamental para garantir a clareza e a segurança jurídica de ambas as partes envolvidas. Ele define os serviços que serão prestados, os valores a serem pagos e as condições para a prestação de serviços, evitando futuros desentendimentos. Contar com um advogado especializado é essencial para que o processo de usucapião extrajudicial ocorra de forma rápida, eficiente e dentro da lei, garantindo ao possuidor o direito de regularizar sua propriedade de forma definitiva.

Quando contratar um advogado de inventário (2)

Quando contratar um advogado de inventário?

Contratar um advogado de inventário é essencial para garantir que a partilha de bens de uma pessoa falecida ocorra de forma justa e conforme a lei. Este artigo explora os momentos chave em que a presença de um advogado é necessária, os benefícios de contar com um especialista e as etapas do processo de inventário. Entenda como um advogado pode auxiliar na resolução de conflitos e na legalização da herança.

Quando contratar um advogado de inventário?

Inventário judicial e extrajudicial

Inventário judicial

O inventário judicial é obrigatório quando há herdeiros menores de idade ou incapazes, ou quando há desacordo entre os herdeiros sobre a divisão dos bens. Nesse caso, um advogado de inventário é indispensável para representar os herdeiros no tribunal, preparar petições, reunir documentos e acompanhar todas as fases do processo até a homologação da partilha pelo juiz.

Inventário extrajudicial

O inventário extrajudicial pode ser realizado em cartório quando todos os herdeiros são maiores, capazes e estão de acordo com a partilha dos bens. Embora esse processo seja mais rápido e menos burocrático, a presença de um advogado é obrigatória para orientar na preparação da documentação necessária, elaborar a minuta da partilha e acompanhar a assinatura da escritura pública de inventário e partilha.

Conflitos entre herdeiros

Conflitos entre herdeiros são comuns durante o processo de inventário. Quando surgem desentendimentos sobre a divisão dos bens, a atuação de um advogado de inventário é fundamental. O advogado mediará as disputas, buscando soluções amigáveis ou representando seu cliente em disputas judiciais, se necessário. Sua experiência em negociações e conhecimento jurídico pode ser crucial para resolver desentendimentos e garantir uma partilha justa dos bens.

Regularização de bens

Muitas vezes, os bens deixados pelo falecido podem estar irregulares, sem documentação adequada ou com pendências fiscais. Um advogado de inventário auxilia na regularização desses bens, garantindo que estejam devidamente registrados e livres de dívidas antes de serem partilhados entre os herdeiros. Isso inclui a obtenção de certidões, escrituras, registros e outros documentos que comprovem a propriedade e a situação legal dos bens.

Consultoria jurídica

Um advogado de inventário também presta consultoria jurídica aos herdeiros, esclarecendo dúvidas sobre direitos e deveres, legislação aplicável e procedimentos a serem seguidos. Essa orientação é fundamental para que os herdeiros compreendam todo o processo e tomem decisões informadas. A consultoria jurídica pode envolver a análise de documentos, a elaboração de pareceres e a orientação sobre as melhores estratégias para a partilha dos bens.

Benefícios de contratar um advogado de inventário

Conhecimento técnico

Advogados especializados em inventários possuem o conhecimento e a experiência necessários para lidar com todas as nuances do processo. Eles estão familiarizados com a legislação vigente e com os procedimentos burocráticos, o que pode agilizar o processo e evitar erros comuns que podem atrasar a partilha dos bens.

Redução de conflitos

A presença de um advogado pode ajudar a reduzir conflitos entre os herdeiros. Como mediador imparcial, o advogado trabalha para encontrar soluções que atendam aos interesses de todas as partes, minimizando disputas e promovendo um ambiente de cooperação.

Segurança jurídica

Contratar um advogado de inventário garante que todas as etapas do processo sejam conduzidas conforme a lei, proporcionando segurança jurídica para os herdeiros. Isso é essencial para que a partilha dos bens seja definitiva e não possa ser contestada posteriormente.

Eficiência no processo

A experiência e o conhecimento do advogado de inventário permitem que o processo seja conduzido de maneira mais rápida e eficiente. Ele sabe quais documentos são necessários, como reunir as provas adequadas e como lidar com a burocracia envolvida, agilizando a conclusão do inventário.

Até a Próxima

Dra. Giselle Coutinho Freitas é Advogada Especialista em Direito Imobiliário
Costa Grandi Advogados.

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