Pedir pensão alimentícia é um direito garantido por lei para assegurar o sustento de menores, filhos e, em alguns casos, outros dependentes. Entrar na justiça para solicitar pensão alimentícia envolve um processo legal que pode parecer complexo, mas com a orientação correta, é possível garantir os direitos do requerente e a proteção dos interesses da criança ou dependente. Este artigo explora como proceder para entrar com uma ação de pensão alimentícia, detalhando cada etapa do processo e os direitos dos envolvidos.
O Que é Pensão Alimentícia?
Pensão alimentícia é uma quantia em dinheiro que uma pessoa, normalmente o pai ou a mãe, deve pagar para contribuir com o sustento do filho ou de outro dependente. A pensão alimentícia cobre despesas como alimentação, educação, saúde, vestuário, lazer e outras necessidades básicas. Em casos específicos, como incapacidade ou doença, a pensão também pode ser requerida para cônjuges ou ex-cônjuges.
O direito à pensão alimentícia está previsto no Código Civil brasileiro, e sua solicitação pode ser feita em várias situações, como após uma separação, divórcio, ou quando o pai ou a mãe não vive junto com o filho. O valor da pensão é determinado com base nas necessidades do dependente e na capacidade financeira de quem deve pagar.
Quem Pode Pedir Pensão Alimentícia?
A pensão alimentícia pode ser pedida por qualquer pessoa que tenha a obrigação legal de sustentar outra, como:
- Filhos Menores: Pais têm o dever de pagar pensão alimentícia para filhos menores de idade que não moram com eles, garantindo o sustento necessário.
- Filhos Maiores de Idade: Filhos que atingem a maioridade podem continuar recebendo pensão, especialmente se estiverem cursando ensino superior ou técnico, e não tiverem condições de se sustentar.
- Cônjuges: Em casos de separação ou divórcio, um dos cônjuges pode pedir pensão alimentícia, especialmente se houver grande disparidade econômica entre as partes ou incapacidade para o trabalho.
- Outros Dependentes: Dependentes que necessitam de auxílio financeiro, como pais idosos ou parentes próximos, também podem solicitar pensão alimentícia.
Como Proceder para Pedir Pensão Alimentícia?
Para pedir pensão alimentícia, o primeiro passo é entrar com uma ação judicial. O processo geralmente segue as etapas descritas abaixo:
1. Contratar um Advogado ou Defensor Público
O processo de solicitação de pensão alimentícia deve ser feito por meio de um advogado especializado em direito de família. Caso o requerente não tenha condições financeiras para contratar um advogado particular, ele pode solicitar o apoio da Defensoria Pública. O advogado é responsável por preparar a petição inicial e reunir as provas necessárias para embasar o pedido, como certidões de nascimento, comprovantes de renda e despesas do menor.
2. Petição Inicial
A petição inicial é o documento que formaliza o pedido de pensão alimentícia perante o tribunal. Nesse documento, o advogado deve detalhar as necessidades do dependente e justificar o valor solicitado, com base na capacidade financeira do responsável. A petição será encaminhada ao juiz competente, que determinará a abertura do processo e notificará a outra parte para comparecer à audiência.
3. Audiência de Conciliação
Após o recebimento da petição, o juiz marcará uma audiência de conciliação entre as partes, na tentativa de chegar a um acordo sobre o valor da pensão alimentícia. Nessa audiência, o juiz analisa as provas apresentadas por ambas as partes, incluindo as despesas do dependente e a renda do responsável. Caso o acordo seja alcançado, o juiz homologará o valor combinado e o processo será encerrado. Se não houver consenso, o processo seguirá para a fase litigiosa.
4. Fase Litigiosa
Se as partes não chegarem a um acordo na audiência de conciliação, o juiz determinará a continuidade do processo, e ambas as partes deverão apresentar mais provas e argumentos. O juiz analisará detalhadamente as condições financeiras de quem deve pagar a pensão e as necessidades do dependente, determinando um valor justo. Caso seja necessário, o juiz poderá solicitar perícias financeiras ou assistenciais.
5. Decisão Judicial e Execução
Após a fase litigiosa, o juiz emitirá sua decisão, determinando o valor da pensão alimentícia a ser pago mensalmente. A decisão judicial é de cumprimento obrigatório, e o não pagamento pode acarretar sanções graves, como penhora de bens ou prisão civil por inadimplência. A pensão é devida desde a data de citação e deve ser paga regularmente, sob pena de o devedor incorrer em outras consequências legais.
Direitos e Deveres de Quem Pede e Paga Pensão Alimentícia
Tanto quem recebe quanto quem paga a pensão alimentícia tem direitos e deveres que devem ser observados ao longo do processo:
- Quem Pede: O beneficiário da pensão alimentícia tem o direito de receber o valor estipulado para cobrir as necessidades básicas e pode solicitar revisão do valor caso as circunstâncias mudem, como aumento de despesas ou redução da capacidade financeira do responsável.
- Quem Paga: O responsável pelo pagamento da pensão tem o dever de cumprir rigorosamente os prazos estabelecidos pela decisão judicial e tem o direito de pedir revisão do valor em caso de mudança significativa em sua renda ou nas necessidades do dependente.
Revisão da Pensão Alimentícia
A pensão alimentícia não é um valor fixo e imutável. Tanto quem paga quanto quem recebe a pensão pode solicitar uma revisão do valor caso haja uma mudança significativa nas condições financeiras de qualquer uma das partes. A revisão pode ser feita judicialmente, e o juiz analisará as novas circunstâncias para determinar se o valor deve ser alterado, aumentado ou diminuído.
Consequências do Não Pagamento da Pensão Alimentícia
O não pagamento da pensão alimentícia pode resultar em consequências graves. Caso o responsável deixe de pagar as parcelas de pensão por três meses ou mais, o beneficiário pode entrar com uma ação de execução de alimentos. Se, após a execução, o responsável continuar inadimplente, ele pode ser preso por até três meses em regime fechado, até que regularize os valores devidos. Além disso, a inadimplência pode resultar na penhora de bens ou na retenção de parte do salário do devedor.
Conclusão
Entrar na justiça para pedir pensão alimentícia é um direito garantido por lei para assegurar o sustento de menores e dependentes. O processo envolve a contratação de um advogado, a apresentação de provas, e, em muitos casos, audiências de conciliação. Com o suporte de um advogado especializado, é possível garantir que o processo seja conduzido de forma justa e eficiente, protegendo os direitos de quem depende da pensão alimentícia para seu sustento.